Yvonne e Divaldo

Yvonne e Divaldo

Os dois médiuns que intitulam essa matéria são dignos, entre outros, de nosso maior respeito e gratidão. Seja pelo exemplo mediúnico, seja pela dedicação, seja pela fidelidade à causa espírita ou pelo conteúdo de suas produções literárias e verbais em favor da divulgação espírita.
Desde menino acostumei-me a ver meus pais lerem os livros de Yvonne. Inclusive cheguei a corresponder-me com ela. Com Divaldo não foi diferente: sua oratória vibrante, sua coerência e lucidez nas palestras e seminários, sempre empolgaram-me e seus livros são sempre grande sucesso editorial.
Eis que um novo livro biográfico, sobre Yvonne, chega-me às mãos. E, interessante, há um capítulo referindo-se aos dois médiuns. Pelo carinho, admiração e gratidão que sinto por ambos, não pude furtar-me de trazer aos leitores transcrição parcial do referido capítulo:
(...) Em 1962, Divaldo passou por uma difícil provação. Embora não sendo solicitada pelo orador baiano, Yvonne Pereira pediu aos Espíritos amigos que ditassem palavras de conforto para o médium. Daí a alguns minutos, ela recebia a seguinte mensagem, gentilmente fornecida por Divaldo, que passo a publicar pelo seu ineditismo:
Cabeçalho feito por Yvonne: Divaldo Pereira Franco – Salvador – Bahia
Se possível, rogamos uma palavra de conforto para ele.
Mensagem recebida:
Meu amigo e filho querido, Deus nos abençoe.
Por que te admiras dos espinhos que circundam os teus caminhos, se o teu Mestre de Nazaré foi coroado com os mesmos espinhos?
Por que te admiras que as lágrimas corram dos teus olhos, confrangido que está o teu coração, se teus irmãos do início do Apostolado Messiânico se viram frente aos leões dos circos da iniqüidade, para satisfação das trevas?
Por que desejamos encontrar apenas sedas e arminhos se desde o início da Terceira Revelação foi anunciado que os adeptos mais responsáveis seriam atingidos pela zombaria e o ridículo, visto que passara a época dos gládios e dos circos romanos? De graças a Deus por mereceres sofrer frente ao serviço do Senhor. Reaja a tua fronte abatida, certo de que depois da borrasca surgirá a bonança. Lembra-te de que ao Cordeiro seguiu-se a Ressurreição, para que a Doutrina do Cristo imperasse nos corações.
Resigna-te ao presente e espera que a luz rebrilhe em teus futuros caminhos. Na Seara do Cristo nem só os que escrevem são eleitos. Os que choram e sofrem também o são, porventura com maiores méritos. Tua missão maior é junto aos que sofrem, como o teu Mestre Jesus Nazareno, e não ao pé dos letrados do século.
Prossegue, pois, enxugando lágrimas. Revigorando corações, amando, perdoando, esperando... e o mais vir-te-á por acréscimo de misericórdia.
Deus seja contigo. Não estás só. Amigos do invisível velam por ti.
Paz
Vianna de Carvalho (...)”
A beleza do texto dispensa outros comentários. A transcrição, parcial, é do livro Yvonne uma heroína silenciosa, páginas 99 e 100, autoria de Pedro Camilo, edição IDEBA.


Por Orson Peter Carrara.