Cem anos de Esperanto

Há 100 anos, precisamente em Reformador de 15 de fevereiro de 1909, a
Federação Espírita Brasileira iniciava seus primeiros contatos com o esperanto, através da publicação de texto oriundo dos círculos espíritas franceses, o qual incentivava a utilização da Língua Neutra para a divulgação mundial
do Espiritismo.
Vislumbraram os pioneiros espíritas de então as excelências daquele instrumento de comunicação universal para a obra de disseminação da Doutrina Espírita, em
nível internacional, ao mesmo tempo em que reconheciam os benefícios que a veiculação do Evangelho à luz do Espiritismo, através do esperanto, certamente traria
ao próprio movimento esperantista.
Gradativamente, graças à construção de criterioso programa para a sua divulga-
ção e utilização, multiplicaram-se os cursos de ensino do idioma, sempre gratuitos
e apoiados por rico material didático, enquanto eram editados livros espíritas, através de bem cuidadas traduções, tudo sustentado por positivas manifestações do
mundo espiritual em favor da fecunda iniciativa.
Hoje o esperanto se apresenta como inegável realidade nas atividades do Movimento Espírita, respondendo por realizações que plenamente justificam a decisão
ocorrida há cem anos, dentre as quais se destaca o surgimento de obras doutriná-
rias em diversos países, vertidas de traduções em esperanto para diferentes línguas
nacionais, o que vem contribuindo para que se atinjam os objetivos visados tanto
pela Federação Espírita Brasileira como pelo Conselho Espírita Internacional, que
são os de colocar a Doutrina Espírita ao alcance e a serviço de todas as pessoas, independentemente do local onde habitam ou do idioma que utilizam.
Reverenciamos, portanto, em tão feliz oportunidade, a memória do criador da
língua da fraternidade, Lázaro Luís Zamenhof – cujo sesquicentenário de nascimento ocorrerá em dezembro deste ano –, bem como a dos valorosos pioneiros da
difusão do Espiritismo, os quais, impulsionados pelos mesmos ideais de fraternidade, uniram esforços e trabalharam para que a mensagem consoladora e esclarecedora da Doutrina, a qual proporciona ao ser humano o conhecimento da sua imortalidade e as condições necessárias à construção da própria evolução, continue a espalhar os seus benefícios a toda a Humanidade.